sexta-feira, 6 de março de 2009
quinta-feira, 5 de março de 2009
Samba, só no carnaval?
É curioso como no carnaval, todos parecem gostar de samba: As rádios, a televisão, os automóveis desembestados com a percursão a milhão. Agrupamentos de ritmistas que unem-se tocando algo que acreditam ser samba, mas que não passa de marcha militar...
Tudo tão artificial, tão superficial, todos cantam sambas porque faz parte da cerimônia, assim como faz parte da cerimônia assistir ao show global do "Rei" Roberto todo final de ano, até que a morte nos separe. Assim como em baile de debutante tem que ter a tão esperada valsa e nos aniversários o "parabéns à você".
Não passei o carnaval em lugar algum. Não vi os desfiles pela televisão, não participei de blocos, sequer toquei um samba em meu violão! Sou um pecador, por isso? Devo ajoelhar-me diante do túmulo de Cartola, pedindo-lhe perdão por não ter sambado o carnaval? Mas, Cartola, meu violão samba o ano inteiro, meu velho! Lembro-me de um carnaval em que minha irmã brigou invejosamente comigo porque eu ganhei uma camiseta oficial da Estação Primeira de Mangueira: dizia que aquela camisa tinha que ser dela, pois ela TORCIA para a mangueira. Torcia? Mas ela nem ouve samba! Como pode torcer para a mangueira? Será que ela sabe, Cartola, quem foi que fundou a Mangueira? Será que ela sabe o significado das cores, o verde, o rosa?
Mas deixa prá lá. É tradição. Ia pegar mal não gostar de samba em pleno carnaval, correto? E afinal, quem sou eu para ficar falando dos outros?
Novo dia
Bom, me mudei de casa. Após o transtorno de desmontar e encaixotar toda uma vida, transportar precariamente essa vida em uma kombi, já não estou mais onde estava. Como disse Chico Science "um passo à frente, e você já não está no mesmo lugar" Sensato...
Sensato também foi eu acordar bem cedo para assistir ao último espetáculo de cores da alvorada visto da já-não-minha-casa: Que delícia: acordo com os passos de meu amor que desce ao banheiro: abro os olho e vejo os primeiro raios de luz: sem sair do colchão, acompanho durante cerca de meia hora a paz do dia que nasce: renasço com o dia: desço as escadas e começa a correria: caixas e móveis se agitam: meu mundo se precipita pelo abismo: já sou outro: a todo instante o sou: e esses instantes de sol, os levarei sempre comigo, quem quer que eu seja ou venha a ser!
Vida nova para todos!!!
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