sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Círculo

Perto de qualquer lugar
Menos aqui,
Estou muito além,
Muito distante daí.

E daí?

Almejo um destino
Que não vejo
Viejo estoy.
Estonteado de tantos obstáculos
Anos ou séculos
Sem te ter.

Mas não me detenho
Caminho com minhas
Próprias mãos
E não temo o tamanho
Do percurso.

Sigo teu curso
Ondulante
E, antes que te alveje,
Lavo a alma.

Com a ânsia de
Um cão sedento,
Arrebento
Em milhares
De gotas cristalinas
Componho
Cada ponto de tua linha

Alinhavo nossos
Laços desatados
E, neste momento inexato,
Desando a correr
Socorrendo aos teus murmúrios,
Estupefato;
Num lapso, quase que
Sem nenhum ato
Estimulado,
Abro os olhos
E te vejo ao meu lado
A sorrir,
Justamente no ponto
Do qual parti.

22 de 2 de 2, 19:30
IN(Dedos Trêmulos)

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