sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Laudo poético-criminal

...verborréia hemorrágica,
por aqui já não há.
O que resta é somente
um fruto podre e sem
semente, na mesa de jantar.

As taças de cristal caíram ao chão
e seus cacos perfuram pés descalços
passo a passo, num sádico carinho.

O mordomo adormece morto
no piso de madeira da copa
com um copo entalado na goela

(não houve tempo para um último gole
e sua garganta permanece seca,
engasgando no sangue coagulado)

A festa foi um sucesso:
há resto de comida por todas as frestas
do chão, das paredes, do teto.
E, como era de se esperar,
todos os convidados morreram de abcesso
estomacal, devido à gula e aos excessos. 27113

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