quinta-feira, 26 de novembro de 2009
domingo, 1 de novembro de 2009
Sentir a tua falta
como o medo que até a vida cala
tal qual o frio que a voz congela
e a navalha que no pêndulo badala
Pois a presença que se demonstra ausente
é como sentir-se devorado por uma fera
que não come por estar morta ou doente
e nos olha indiferente, como a uma pedra
E tua mão que sutil na rede meu sono embala
no pesadelo vil, vem e com punhal me assalta
expondo a todos minhas chagas em ampla sala
e sendo assim, melhor então sentir a tua falta.
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Alvorando
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Feito uma porta
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
Centro Histórico
Tingiram as paredes descascadas
Ocultando o velho que não se disfarça
Impuseram novo em anciã fachada
Iludindo o olho na moderna farsa
Vendendo para pagar o imposto que se taxa
No anseio de encher de níquel e ouro as calças
O lojista ao seu modo a história esculacha
Descambando em vida sem sentido, pobre e falsa
E nas calçadas passa o povo que consome
Carregando em mãos vazias bolsas fúteis pelas alças
Repletas de coisas inúteis, vãs, mas que tem nome
Sísifos erguendo o drama e a dor de sua raça
Bestas abstratas irreais que com olhos sentem fome
Esquecidas do passado, levam vida tão descalça...Impudica
Em campos minados
arriscam-se os pensamentos
descambam por veredas
desfazem-se sedimentos
deixam rastros alamedas
restos claros pelos lados
Explicitamente traçados
com amarras d'outros tempos
não omitem suas sendas
os devaneios ao relento
emboscadas muitas presas
sem receio de pecado
Nesses campos de batalha
na volúpia da labuta
não descartam com navalha
os segredos lá da gruta
Sem mistério estraçalham
os pudores da conduta
sem receio dos que ralham
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Num banco de praça
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
sexta-feira, 31 de julho de 2009
sábado, 18 de julho de 2009
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Passos Atrás
quinta-feira, 16 de julho de 2009
quarta-feira, 15 de julho de 2009
terça-feira, 14 de julho de 2009
Parreiral
Crianças crescem
como cachos de uva;
crianças crescem
e comem uvas;
crianças crescem
comem vulvas
e bebem vinho...
domingo, 12 de julho de 2009
sexta-feira, 10 de julho de 2009
Freudiana
São tão altos
os precipícios d’onde saltam
aos sobressaltos
meus sentimentos
que me espanto
por não descobrir
— apesar de intensa procura —
a caverna obscura
de sonhos ou de memória
em que se escondem.
Tictactictactic
quinta-feira, 9 de julho de 2009
segunda-feira, 6 de julho de 2009
domingo, 5 de julho de 2009
Fotografia do orgânico no sal difundida nos elétrons do metal: Mergulho no imaterial
1968, um mergulho congelado no tempo. Um menino entrega seu corpo ao mar de Itapema, no choque da pele e da água salgada. Momento efêmero de prazer, talvez não mais na memória do menino-hoje-velho, ou finado. A pele enruga-se, e os prazeres desfazem-se nas cicatrizes do tempo. A água, outrora salgada, agora poluição. Do vazio infinito de possibilidades da infância ao infinito vazio da inexistência. Após muitos choques na vida, o corpo não mais choca-se com o mar. A imagem envelhece, o papel mancha, e a vida se apaga. Nem alegrias, nem chagas. Não mais o frio do mar, nem o calor do sol. Esquece-se o momento, o prazer, a imensidão, a liberdade. Esquece-se do tempo, a imagem perde-se num baú, perdido num porão, a pessoa fenece, a lembrança emagrece. No mais, somente pó, cinzas, e solidão.
Porém, sobrevive ao tempo o fragmento da ação, infância intacta, lembrança inexata perdida no binário do silício-difusão. O êxtase do momento passado permeia-se ad infinitum aos olhos do internauta, voyeur do imaterial.
Ela
sábado, 27 de junho de 2009
Tráfego da imagem
Charada
Sem saber aonde eu ia
Vinte passos eu daria
Sem saber por onde andei
Vinte dias se passaram
E de casa eu não saía
Vim de casa e não sabia
Onde ia ou onde estava
Me procurava,
E não me achava.
Aonde estava?
Eu não estava...
quinta-feira, 25 de junho de 2009
Elis Regina - Corsário (João Bosco - Aldir Blanc) 1976
Sem muitas palavras. Elis foi a melhor cantora que já existiu, e viveu um momento de ouro para a música brasileira, onde a criatividade ultrapassou e deixou em frangalhos todas as barreiras.
terça-feira, 23 de junho de 2009
Pessoa
Que espreita por meus olhos?
Quando penso que vejo,
Quem continua vendo?
Enquanto estou pensando?
Por que caminhos seguem,
não os meus tristes passos,
Mas a realidade de eu ter passos comigo?
Às vezes, na penumbra
Do meu quarto, quando eu
Para mim próprio mesmo
Em alma mal existo,
Toma um outro sentido
Em mim o Universo -
É uma nódoa esbatida
De eu ser consciente sobre
Minha idéia das coisas.
Se acenderem as velas
E não houver apenas
A vaga luz de fora -
Não sei que candeeiro
Aceso onde na rua -
Terei foscos desejos
De nunca haver mais nada
No Universo e na Vida
De que o obscuro momento
Que é minha vida agora:
Um momento afluente
Dum rio sempre a ir
Esquecer-se de ser,
Espaço misterioso
Entre espaços desertos
Cujo sentido é nulo
E sem ser nada a nada.
E assim a hora passa
Metafisicamente.
- Fernando Pessoa -
quinta-feira, 18 de junho de 2009
Sem você não sou ninguém
Tua voz me tira
Da mais profunda catatonia
De densa névoa
E negras águas
Teu corpo revira meu peito
Sacode o leito
Onde ontem eu só dormia
Teus lábios falam minha língua
Lânguidos sussurros
Evocam infância tardia
À tarde
de noite
todo dia
veja bem:
sou você e não sei mais quem
sou a cor de teus olhos,
teus seios,
que cada curva sei decor
e salto ao lado
de teu sono sereno
suspiro afagos de corpo pleno
sem planos nem apego
e eis que me pego a cantar:
sou um ego que é só sossego
domingo, 7 de junho de 2009
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Historia de zorros
Wang vio dos zorros parados en las patas traseras y apoyados contra un árbol. Uno de ellos tenia una hoja de papel en la mano y se reían como compartiendo una broma.
Trató de espantarlos, pero se mantuvieron firmes y él disparo contra el del papel; lo hirió en el ojo y se llevó el papel. En la posada, refirió su aventura a los otros huéspedes. Mientras estava hablando, entró un señor, que tenia un ojo lastimado. Escuchó con interés el cuento de Wang y pidió que le mostraran el papel. Wang ya iba a mostrárselo, quando el posadero notó que el recién llegado tenia cola. ¡Es un zorro!, exclamó y en el acto el señor se convirtió en um zorro y huyó.
Los zorros intentaron repetidas veces recuperar el papel, que estaba cubierto de caracteres ininteligibles; pero fracasaron. Wang resolvió volver a su casa. En el camino se encontró con toda su família, que se dirigía a la capital. Declararon que él les había ordenado ese viaje, y su madre le mostró la carta en que le pedía que vendiera todas las propriedades y se juntara con él en la capital. Wang examinó la carta y vio que era una hoja en blanco. Aunque ya no tenían techo que los cobijara, Wang ordenó: regresemos.
Un día apareció un hermano menor que todos habían tenido por muerto. Preguntó por las desgracias de la familia y Wang le refirió toda la historia. Ah, dijo el hermano, cuando Wang llegó a su aventura con los zorros, ahí está la raíz de todo el mal. Wang mostró el documento. Arrancándoselo, su hermano lo guardó con apuro. Al fin he recobrado lo que buscaba, exclamó y, convirtiéndoso em zorro, se fue.
IN BORGES, Jorge Luis; CASARES, Adolfo Bioy ; OCAMPO, Silvina. Antologia de la literatura fantástica. Buenos Aires: Editorial Sudamericana, 1997. P. 305-306.
segunda-feira, 18 de maio de 2009
sexta-feira, 15 de maio de 2009
Para mayores de 50 y los que son jovenes pero observan preocupados... un articulo de Eduardo Galeano.
No hace tanto, con mi mujer, lavábamos los pañales de los críos, los colgábamos en la cuerda junto a otra ropita, los planchábamos, los doblábamos y los preparábamos para que los volvieran a ensuciar.
Y ellos, nuestros nenes, apenas crecieron y tuvieron sus propios hijos se encargaron de tirar todo por la borda, incluyendo los pañales.
¡Se entregaron inescrupulosamente a los desechables! Si, ya lo sé. A nuestra generación siempre le costó tirar. ¡Ni los desechos nos resultaron muy desechables! Y así anduvimos por las calles guardando los mocos en el bolsillo y las grasas en los repasadores.
¡¡¡Nooo!!! Yo no digo que eso era mejor. Lo que digo es que en algún momento me distraje, me caí del mundo y ahora no sé por dónde se entra. Lo más probable es que lo de ahora esté bien, eso no lo discuto. Lo que pasa es que no consigo cambiar el equipo de música una vez por año, el celular cada tres meses o el monitor de la computadora todas las navidades.
¡Guardo los vasos desechables!
¡Lavo los guantes de látex que eran para usar una sola vez!
¡Apilo como un viejo ridículo las bandejitas de espuma plástica de los pollos!
¡Los cubiertos de plástico conviven con los de acero inoxidable en el cajón de los cubiertos!
¡Es que vengo de un tiempo en el que las cosas se compraban para toda la vida!
¡Es más!
¡Se compraban para la vida de los que venían después!
La gente heredaba relojes de pared, juegos de copas, fiambreras de tejido y hasta palanganas de loza.
Y resulta que en nuestro no tan largo matrimonio, hemos tenido más cocinas que las que había en todo el barrio en mi infancia y hemos cambiado de heladera tres veces.
¡¡Nos están fastidiando! ! ¡¡Yo los descubrí!! ¡¡Lo hacen adrede!! Todo se rompe, se gasta, se oxida, se quiebra o se consume al poco tiempo para que tengamos que cambiarlo. Nada se repara. Lo obsoleto es de fábrica.
¿Dónde están los zapateros arreglando las media-suelas de las Nike?
¿Alguien ha visto a algún colchonero escardando sommiers casa por casa?
¿Quién arregla los cuchillos eléctricos? ¿El afilador o el electricista?
¿Habrá teflón para los hojalateros o asientos de aviones para los talabarteros?
Todo se tira, todo se desecha y, mientras tanto, producimos más y más basura.
El otro día leí que se produjo más basura en los últimos 40 años que en toda la historia de la humanidad.
El que tenga menos de 40 años no va a creer esto: ¡¡Cuando yo era niño por mi casa no pasaba el basurero!!
¡¡Lo juro!! ¡Y tengo menos de... años!
Todos los desechos eran orgánicos e iban a parar al gallinero, a los patos o a los conejos (y no estoy hablando del siglo XVII)
No existía el plástico ni el nylon. La goma sólo la veíamos en las ruedas de los autos y las que no estaban rodando las quemábamos en la Fiesta de San Juan.
Los pocos desechos que no se comían los animales, servían de abono o se quemaban. De 'por ahí' vengo yo. Y no es que haya sido mejor. Es que no es fácil para un pobre tipo al que lo educaron con el 'guarde y guarde que alguna vez puede servir para algo', pasarse al 'compre y tire que ya se viene el modelo nuevo'.
Mi cabeza no resiste tanto.
Ahora mis parientes y los hijos de mis amigos no sólo cambian de celular una vez por semana, sino que, además, cambian el número, la dirección electrónica y hasta la dirección real.
Y a mí me prepararon para vivir con el mismo número, la misma mujer, la misma casa y el mismo nombre (y vaya si era un nombre como para cambiarlo) Me educaron para guardar todo. ¡¡¡Toooodo!!! Lo que servía y lo que no. Porque algún día las cosas podían volver a servir. Le dábamos crédito a todo.
Si, ya lo sé, tuvimos un gran problema: nunca nos explicaron qué cosas nos podían servir y qué cosas no. Y en el afán de guardar (porque éramos de hacer caso) guardamos hasta el ombligo de nuestro primer hijo, el diente del segundo, las carpetas del jardín de infantes y no sé cómo no guardamos la primera caquita. ¿Cómo quieren que entienda a esa gente que se desprende de su celular a los pocos meses de comprarlo?
¿Será que cuando las cosas se consiguen fácilmente, no se valoran y se vuelven desechables con la misma facilidad con la que se consiguieron?
En casa teníamos un mueble con cuatro cajones. El primer cajón era para los manteles y los repasadores, el segundo para los cubiertos y el tercero y el cuarto para todo lo que no fuera mantel ni cubierto. Y guardábamos.. . ¡¡Cómo guardábamos!! ¡¡Tooooodo lo guardábamos!! ¡¡Guardábamos las chapitas de los refrescos!! ¡¿Cómo para qué?! Hacíamos limpia-calzados para poner delante de la puerta para quitarnos el barro. Dobladas y enganchadas a una piola se convertían en cortinas para los bares. Al terminar las clases le sacábamos el corcho, las martillábamos y las clavábamos en una tablita para hacer los instrumentos para la fiesta de fin de año de la escuela. ¡Tooodo guardábamos!
¡¡¡Las cosas que usábamos!!!: mantillas de faroles, ruleros, ondulines y agujas de primus. Y las cosas que nunca usaríamos. Botones que perdían a sus camisas y carreteles que se quedaban sin hilo se iban amontonando en el tercer y en el cuarto cajón. Partes de lapiceras que algún día podíamos volver a precisar. Tubitos de plástico sin la tinta, tubitos de tinta sin el plástico, capuchones sin la lapicera, lapiceras sin el capuchón. Encendedores sin gas o encendedores que perdían el resorte. Resortes que perdían a su encendedor.
Cuando el mundo se exprimía el cerebro para inventar encendedores que se tiraban al terminar su ciclo, inventábamos la recarga de los encendedores descartables. Y las Gillette -hasta partidas a la mitad- se convertían en sacapuntas por todo el ciclo escolar. Y nuestros cajones guardaban las llavecitas de las latas de sardinas o del corned-beef, por las dudas que alguna lata viniera sin su llave. ¡Y las pilas! Las pilas de las primeras Spica pasaban del congelador al techo de la casa. Porque no sabíamos bien si había que darles calor o frío para que vivieran un poco más. No nos resignábamos a que se terminara su vida útil, no podíamos creer que algo viviera menos que un jazmín.
Las cosas no eran desechables. Eran guardables. ¡¡¡Los diarios!!! Servían para todo: para hacer plantillas para las botas de goma, para poner en el piso los días de lluvia y por sobre todas las cosas para envolver. ¡¡¡Las veces que nos enterábamos de algún resultado leyendo el diario pegado al trozo de carne!!!
Y guardábamos el papel plateado de los chocolates y de los cigarros para hacer guías de pinitos de navidad y las páginas del almanaque para hacer cuadros y los cuentagotas de los remedios por si algún medicamento no traía el cuentagotas y los fósforos usados porque podíamos prender una hornalla de la Volcán desde la otra que estaba prendida y las cajas de zapatos que se convirtieron en los primeros álbumes de fotos. Y las cajas de cigarros Richmond se volvían cinturones y posa-mates y los frasquitos de las inyecciones con tapitas de goma se amontonaban vaya a saber con qué intención, y los mazos de naipes se reutilizaban aunque faltara alguna, con la inscripción a mano en una sota de espada que decía 'éste es un 4 de bastos'.
Los cajones guardaban pedazos izquierdos de palillos de ropa y el ganchito de metal. Al tiempo albergaban sólo pedazos derechos que esperaban a su otra mitad para convertirse otra vez en un palillo.
Yo sé lo que nos pasaba: nos costaba mucho declarar la muerte de nuestros objetos. Así como hoy las nuevas generaciones deciden 'matarlos' apenas aparentan dejar de servir, aquellos tiempos eran de no declarar muerto a nada: ¡¡¡ni a Walt Disney!!!
Y cuando nos vendieron helados en copitas cuya tapa se convertía en base y nos dijeron: 'Cómase el helado y después tire la copita', nosotros dijimos que sí, pero, ¡¡¡minga que la íbamos a tirar!!! Las pusimos a vivir en el estante de los vasos y de las copas. Las latas de arvejas y de duraznos se volvieron macetas y hasta teléfonos. Las primeras botellas de plástico se transformaron en adornos de dudosa belleza. Las hueveras se convirtieron en depósitos de acuarelas, las tapas de botellones en ceniceros, las primeras latas de cerveza en portalápices y los corchos esperaron encontrarse con una botella.
Y me muerdo para no hacer un paralelo entre los valores que se desechan y los que preservábamos. ¡¡¡Ah!!! ¡¡¡No lo voy a hacer!!! Me muero por decir que hoy no sólo los electrodomésticos son desechables; que también el matrimonio y hasta la amistad son descartables.
Pero no cometeré la imprudencia de comparar objetos con personas. Me muerdo para no hablar de la identidad que se va perdiendo, de la memoria colectiva que se va tirando, del pasado efímero. No lo voy a hacer. No voy a mezclar los temas, no voy a decir que a lo perenne lo han vuelto caduco y a lo caduco lo hicieron perenne. No voy a decir que a los ancianos se les declara la muerte apenas empiezan a fallar en sus funciones, que los cónyuges se cambian por modelos más nuevos, que a las personas que les falta alguna función se les discrimina o que valoran más a los lindos, con brillo y glamour.
Esto sólo es una crónica que habla de pañales y de celulares. De lo contrario, si mezcláramos las cosas, tendría que plantearme seriamente entregar a la 'bruja' como parte de pago de una señora con menos kilómetros y alguna función nueva. Pero yo soy lento para transitar este mundo de la reposición y corro el riesgo de que la 'bruja' me gane de mano y sea yo el entregado.
Hasta aquí Eduardo Galeano"
quinta-feira, 14 de maio de 2009
Imotiva
quarta-feira, 13 de maio de 2009
segunda-feira, 11 de maio de 2009
domingo, 3 de maio de 2009
Glúteos
Glúteos, glúteos, glúteos
Absurdo balançar de coxas-pêndulo
Pés descalços no cimento
Na cabeça gula
E desejo imenso.
Glúteos, glúteos, glúteos
Que bem me trazem
Seja na maromba de pilates
Ou na estabanada celulite
De coca cola e chocolate.
Glúteos, glúteos, glúteos
Nas praias e ruas vejo muitos
Em meio às dúvidas, uma certeza:
Ou ame-os, ou chute-os!
quarta-feira, 29 de abril de 2009
segunda-feira, 27 de abril de 2009
sexta-feira, 24 de abril de 2009
quinta-feira, 23 de abril de 2009
quarta-feira, 22 de abril de 2009
segunda-feira, 20 de abril de 2009
domingo, 19 de abril de 2009
terça-feira, 14 de abril de 2009
segunda-feira, 13 de abril de 2009
Absurda lembrança
Pairam sobre solo arenoso;
Das velas soterradas no naufrágio-peste
Nada sobrevive, é lodo
Longo é o caminho que nos separa do vazio
Duros são os dedos estilhaçados pelo frio
Nos corações, solidão e medo
Nos ossos o contundente crepitar de um arrepio
E nas almas desvairadas
Impalpáveis em seu cerne
A absurda lembrança
De terem sido devoradas
Por um berne.
terça-feira, 7 de abril de 2009
sexta-feira, 6 de março de 2009
quinta-feira, 5 de março de 2009
Samba, só no carnaval?
Novo dia
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
Canonet QL 17
Saramago desembusha e Bush se esborrasha
"Pergunto-me como e porquê Estados Unidos, um país em tudo grande, tem tido, tantas vezes, tão pequenos presidentes. George Bush é talvez o mais pequeno de todos eles. Inteligência medíocre, ignorância abissal, expressão verbal confusa e permanentemente atraída pela irresistível tentação do puro disparate, este homem apresentou-se à humanidade com a pose grotesca de um cowboy que tivesse herdado o mundo e o confundisse com uma manada de gado. Não sabemos o que realmente pensa, não sabemos sequer se pensa (no sentido nobre da palavra), não sabemos se não será simplesmente um robot mal programado que constantemente confunde e troca as mensagens que leva gravadas dentro. Mas, honra lhe seja feita ao menos uma vez na vida, há no robot George Bush, presidente dos Estados Unidos, um programa que funciona à perfeição: o da mentira. Ele sabe que mente, sabe que nós sabemos que está a mentir, mas, pertencendo ao tipo comportamental de mentiroso compulsivo, continuará a mentir ainda que tenha diante dos olhos a mais nua das verdades, continuará a mentir mesmo depois de a verdade lhe ter rebentado na cara. Mentiu para fazer a guerra no Iraque como já havia mentido sobre o seu passado turbulento e equívoco, isto é, com a mesma desfaçatez. A mentira, em Bush, vem de muito longe, está-lhe no sangue. Como mentiroso emérito, é o corifeu de todos aqueles outros mentirosos que o rodearam, aplaudiram e serviram durante os últimos anos.
George Bush expulsou a verdade do mundo para, em seu lugar, fazer frutificar a idade da mentira. A sociedade humana actual está contaminada de mentira como da pior das contaminações morais, e ele é um dos principais responsáveis. A mentira circula impunemente por toda a parte, tornou-se já numa espécie de outra verdade. Quando há alguns anos um primeiro-ministro português, cujo nome por caridade omito aqui, afirmou que “a política é a arte de não dizer a verdade”, não podia imaginar que George Bush, tempos depois, transformaria a chocante afirmação numa travessura ingénua de político periférico sem consciência real do valor e do significado das palavras. Para Bush a política é, simplesmente, uma das alavancas do negócio, e talvez a melhor de todas, a mentira como arma, a mentira como guarda avançada dos tanque e dos canhões, a mentira sobre as ruínas, sobre os mortos, sobre as míseras e sempre frustradas esperanças da humanidade. Não é certo que o mundo seja hoje mais seguro, mas não duvidemos de que seria muito mais limpo sem a política imperial e colonial do presidente dos Estados Unidos, George Walker Bush, e de quantos, conscientes da fraude que cometiam, lhe abriram o caminho para a Casa Branca. A História lhes pedirá contas."
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
Um animal sonhado por Kafka
Bilhete formal mais preocupado com a forma do que com a informação
Favor lustrar o lustre da sala de estar
para trazer mais luz e ar
ao clube de lazer
Atenciosamente,
O gerente
Quarta-feira, 2434
Associação livre de palavras em 2614 manhã de clima manhoso
meu terno de
halterofilista.
Procuro na lista
(telefônica) o
telefone de um
filatelista.
Digito
o número, mas
passo por crise afônica.
Nada digo, nem
remunero o profissional, que
fica dizendo
“alô
alô
alô”
ao léu.
Olho
para o céu:
o sol se
esconde em véu
de nuvens.
Pássaros
passam rente ao
campanário
- réplica
do sistema
planetário –
ouço canto
de canário
amarelo.
Elaboro
planos para meu
horário de
folga.
É longa
a espera,
mas não tenho
pressa:
tenho
consciência
de que o melhor
é ter
paciência, pois
quem tem pressa,
come cru
(e eu
Não nasci
Para ser
Urubu)...
Pátina do tempo
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
Ilustre vizinho
Trinta réis (Visitante sazonal)
Peste imaginária
derretem sem deixar pistas
na estrada ou na calçada.
Procuro, procuro
e o povo tabém procura
na loucura paranóica
de uma peste imaginária.
Procuro, procuras
e procuramos no esgotos
bueiros
sarjetas
quintais
casas
porões
matos
e matagais
potreiros
e pastos
Procuramos, procuramos,
mas, de ratos
não encontramos restos,
nem rastros.
Sequer abrimos
os vazilhames de inseti-raticida
importado
do Paraguai
Para limparmos o recipiente
de nossos medos,
dedetizamos, então, nossas idéias.
A atitude foi eficiente:
eliminamos os ratos imaginários.
O problema, agora,
são as baratas
que brotam, involuntárias
das prateleiras
de nossos armários.
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
Vazante
Paredes brancas
típico ruído de água
vazando em cerâmica branca
— nos banheiros públicos
©elite é fator popular.
A bexiga empertigada aperta,
a uréia desce uretra abaixo.
Três bitucas de cigarro
e uma goma de mascar
mascada
repousam na cuba
vazia.
Não podem perceber
o jato quente
que rapidamente
se aproxima.
O jato jateia
em meio
à água corrente;
balé de bitucas e goma
mascada
dançam e balançam
num sobe e desce contínuo.
Gota a gota,
A dança se esgota.
(Típico ruído de água vazando)