sob minhas sobrancelhas;
nem uma centelha de luz
neste olho opaco que não transluz.
É sempre a mesma velha história:
o olho falha, a voz se esgota,
a memória se cala.
O tempo passa
o pó perpassa minhas entranhas.
Estranho a todos os meus contemporâneos;
faz anos um bate-estacas
avassala minhas têmporas.
E sempre as mesmas esporas em minhas costelas
minhas costas estalam a cada passo
como se fosse mais um passo
rumo ao precipício.
Abismado,
precipito-me no abismo.
-Ao gosto do Anjos -
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