sábado, 17 de janeiro de 2009

Poema prosaico número sete dois meia

Amêndoas e amendoins entre noz
peruana e a voz excitante
de doce hermana
emana doze cantos sagrados.
Nos cantos das paredes do templo
a moça andina me faz um afago,
devolvo um agrado, revolvo
toda a terra ao nosso lado,
envolvo a carne fêmea
entre meus abraços
protegendo-a do céu revolto
que assola o teto sudamericano.

Amém! Doa a quem doer!
Se dói muito, lhe faço um do-in.
Nós perambulamos pelos andes
em dorso de lhama, trilhando mil sendas
com vendas nos olhos
sem medo do abismo
e qualquer outro tipo de “ismo”.

O precipício precipita-se aos pés
do bicho-camelo-que-parece-mas-não-é
mas camelo de cordilheira não cai
em cordiais contos de cardeais,
sejam europeus, humanos, ou animais.
As tralhas nas costas do quadrúpede
tendem a desabar pelas fendas
que dividem as montanhas
que pululam aos montes.
Desabariam,
caso estivessem desamarradas,
mas este não é o caso. Por acaso,
os trastes e os trajes encardidos
estavam bem atados às nossas costas,
acostumadas a suportar peso.
Mas os braços, fatigados, desabrigam
o pescoço do animal e nos obrigam
ao mergulho, sem orgulho, rumo
ao solo, selando nossa sina
quedando no colo do útero pedregoso
mirando lá de baixo a colina
que sobe cordilheira acima.

Nenhum comentário:

Postar um comentário