"... nunca se pode saber aquilo que se deve querer, pois só se tem uma vida, e não se pode nem compará-la com as vidas anteriores nem corrigi-la nas vidas posteriores. (...) Tudo é vivido pela primeira vez e sem preparação. Como se um ator entrasse em cena sem nunca ter ensaiado. Mas o que pode valer a vida, se o primeiro ensaio da vida já é a própria vida? É isso o que faz com que a vida pareça sempre um esboço. No entanto, mesmo 'esboço' não é a palavra certa, porque um esboço é sempre um projeto de alguma coisa, a preparação de um quadro, ao passo que o esboço que é a nossa vida não é o esboço de nada, é um esboço sem quadro."
KUNDERA, Milan. A insustentável leveza do ser. São Paulo: Círculo do Livro, 1984. P. 11
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