sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Vento

Pela janela vejo as árvores dançando ao vento

Vento lento
chegou pela manhã
ainda sonolento
e cantou pelos ares o dia inteiro.

Vento, pego o violão
tento te imitar
mas não cumpro o meu intento.

De meus dedos de violeiro
nada crio que não seja
um leve alento
suave, sublime
mas muito longe
muito além
de que um dia
possa ser teu
rebento

3 comentários:

  1. Certo. Em um determinado momento, entre a naturalidade e a artificialidade, tentamos nos aproximar do mais simples, do mais exterior, do mais natural. Essa é uma grande discussão artística!

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  2. Sim, Jefferson, tentamos nos aproximar, tentamos imitar, mas sempre de modo imperfeito, inacabado, como toda forma de linguagem, posto que os símbolos, sejam sonoros ou visuais, sempre serão falhos, se comparados com o objeto - no caso, o vento. A arte pode ser bela, se assim almeja o artista, mas infinitamente mais bela sempre será a natureza.

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  3. Vento, elemento tão suave e tão rude.

    Os meus ventos preferidos são aqueles noturnos, quando, ao dormir, próximos à janela, eles tomam outra forma, outro timbre.
    Zunindo nas grades metálicas dos portões da vizinhaça. Às vezes assustando, às vezes dando aquela segurança a quem está protegido em casa.
    Abraço

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