No branco das palavras
Onde o negro da tinta
Rasga a curva retilínea
Da ácida celulose
Descansa a memória
Dispensa a história
No branco das palavras
No branco das palavras
No gesto do braço
Que abraça a tina de tinta
Detém-se o escuro papel
Temendo manchas
Que possam distorcer
Sua suja natureza
No gesto do braço
Que amassa o papel
A tinta escorre
Da pena mecânica
Invade a mesa limpa
E suja as cadeiras do poeta que,
Distraído,
Não olha onde senta.
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